Dia 5 – Sábado Chuvoso

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A ideia para hoje de manhã era passar pelo posto de turismo e pelo mercado de fruta e legumes. Tinha encontrado o turismo encerrado e colocado o assunto de lado, mas no website da rede de museus de Évora descobri a informação de que estaria aberto ao fim-de-semana, da parte da manhã. Errado. Fechado como antes. Primeira missão do dia falhada.

Pelo menos era de caminho. O mercado municipal não fica longe e no exterior, aos sábados de manhã, há mercado. Parece mesmo que em anos normais faz-se também uma feira de velharias. Mas hoje, em época de COVID-19 e com chuva prometido, apenas alguns agricultores a vender o produto do seu trabalho.

Sobre o mercado… bem, mais ou menos. Poucos vendedores, poucos compradores. Castiço. Produtos que parecem genuínos, de produção local, sem adições estranhas vindas do mercado abastecedor como acontece no mercado de Faro que costumo visitar. Comprei uma alface, algumas clementinas, um ramo de hortelã para fazer um chá à Marrocos.

Um mercado hoje um pouco pobre e triste

 

O interior do mercado é depressivo. A maioria dos espaços, que não são muitos, está fechado. As pessoas não vão ali, faz-me pena. Gostava que fosse de outra forma.

Cá fora de novo. Um cãozinho muito peludo e simpático procura a sua família desesperadamente. Dá-me pena, preocupa-me. Ele olha como uma pessoa. Parando e rodando a cabeça, varrendo o seu campo de visão. Corre um pouco e repete o movimento. Mas o dono está ali, é uma lição, diz-me o senhor. O atrevido canino é arisco, foge, toma liberdades, e depois fica aflito. Então ele esconde-se, mas aparentemente sem resultados.

Quero voltar a casa. Estou um pouco cansado e o dia está triste demais, com aquele manto de núvens baixas que me deprime. Quando vivia em Praga e os invernos eram feitos de dias quase todos assim, pouco saía de casa duurante o dia. Esperava pela noite, porque no escuro o céu é simplesmente escuro.

Uma das principais vias do centro histórico. Vazia.

As ruas da cidade estão desertas. Paro na padaria da esquina, compro uma queijada de requeijão, genuína, à alentejana, e um pão regional. Depois, nova paragem na mercearia dos simpáticos chineses que têm aquele negócio muito local. Uvas e um queijo delicioso que já conheço de outras visitas.

Quando me sento ao computador descubro que existe uma casa nova à venda em Évora. O coração dispara. Tem o perfil adequado. E parece ter alguma fantasia. Preço, localização, terraço, estilo. Está tudo lá. E faço algo raro: pego no telefone e ligo. O contacto é mesmo do proprietário de quem gostei ao conversar.

A casa está alugada a uma empresa espanhola de construção que ali faz pernoitar o seu pessoal que se desloca a Évora para ver as obras. Há portanto que combinar com eles uma visita. Ficarei a aguardar o seu contacto, que chegará já ao serão. A casa será vista no dia seguinte.

Mas para já, até porque de momento não chove, posso ir até ao local, ver o exterior, sentir o palpitar da rua. Muito central. Na realidade uma das ruas que sai da praça do Giraldo. Talvez central de mais. Receio o barulho, cada vez estou mais sensível ao ruido.

Não ha bares nem restaurantes nas proximidades, mas não sei como será num ano normal, quando os estudantes andam por aqui.

A casa expande-se na vertical. São quatro pisos, se contar com o terraço. Gosto. Original. Para já fico com a ideia do exterior.

A casa. Essa fininha e alta.

Agora é voltar e pegar no carro. Há que recolher um desumidificador velho que estamos a comprar por 25 Euros. Encontro frente a um hotel nos arredores de Évora. Tudo normal. Equipamento recolhido e pago. Ainda paramos no Auchan para mais umas compras e depois voltar para casa e passar o resto do dia, a comer, conversar, jogar. Um dia mais tranquilo. A condizer com o tempo.

Ao serão o frio aperta. O tal desumificador tem pouco rendimento e ligo um pouco o ar condicionado para aquecer.

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