Mais um dia de sol radiante e para um Domingo assim só há uma coisa a fazer para começar: sentar numa esplanada. No caso, a minha favorita, a do Jardim do Templo de Diana.
A caminhada até lá é sempre agradável, pelas ruas mais bonitas da cidade, com algumas variações possíveis.
O ambiente está óptimo. Sossegado mas bem composto. Gosto mesmo de ficar aqui. Ia escrever “horas a fio” mas seria um exagero. Vá, quartos de hora a fio ainda será. Penso no meu amigo KB Lim e o prazer que tinha em fazer o mesmo no “nosso” café Passante na preguiçosa São Tomé.
Para hoje a esplanada será uma base: fico ali enquanto o André visita sucessivamente os espaços de exposição da Fundação Eugénio de Almeida.
É quase uma hora quando pagamos a conta e saímos. Mesmo a tempo. Incrivelmente as esplanadas têm que encerrar às 13:00. Há que seguir as indicações dos especialistas, por mais alienadas que sejam. Como esta, que parece revelar a convicção de que os virus trabalham aos fins-de-semana à tarde mas não aos fins-de-semana de manhã. Que seja. E é só porque a ditadura de Estado assim o determina.
Agora vamos partilhar cultura, visitando o Museu de Évora, conhecido formalmente como Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo. É essencialmente um museu de arte, com secções de arqueologia e joalheria. Como é Domingo e ao contrário do previsto no horário o museu encerra à tarde, estão a oferecer os ingressos e uma borla inesperada é sempre algo que me anima.
Uma visita agradável. Museus de arte não são a minha especialidade, apesar de gostar quando a qualidade é elevada. A colecção do Museu de Évora não é extraordinária mas está bem apresentada e distribuido da forma equilibrada pelas salas.
Para além das peças expostas há que observar o Palácio dos Bispos, apesar de ter sido modernizado e ter perdido o ambiente original. Ficaram na memória os azulejos nas escadarias.
Terminada a visita, um pouco apressada pelo encerramento eminente do museu, faz-se o regresso a casa, passando por outras ruas, desertas e belas, justificando as fotografias que fomos tirando.
Passamos pela rua dos Mercadores. Aquela casa que considerámos adquirir está cada vez mais afastada das nossas intenções. Acho que será a última visita.
A tarde passada em casa, a relaxar. Não me canso desta vida de não fazer nada. Ou talvez me venha a cansar, mas não por enquanto. Passámos pela mercearia dos chineses para umas comprazinhas ligeiras. Adoro o queijo que ali adquiro.
Bem, depois de um par de horas no repouso doméstico, mais uma saída de fim de tarde para esticar as pernas. Está um Domingo glorioso, plácido, com muito sol e uma serenidade típica destes dias em que a vida parece suspensa.
Vamos por partes da cidade que não conhecia, do lado oposto aquele em que costumamos andar. Gosto. É como se fosse outra dimensão de Évora, mais local, menos marcada pela presença de vistantes e vestígios. Passamos junto ao seminário e ao Colégio do Espírito Santo e vamos ao Pingo Doce fazer umas compras.
Nas passadeiras encontramos a Carla e o Henrique se vêm de carro em direcção a Moura. Mundo pequeno, cidade pequena.
Como não comprámos muita coisa e o que levamos cabe nas mochilinhas, vamos agora fazer um final de dia nas esplanadas. Rumo ao Cantinho da Tété, o meu outro pouso habitual.

Passamos por uma rua que mexe comigo… os edifícios remetem-me para a infância e juventude, fazem lembrar a minha Alvalade. Até as árvores plantadas são da espécie das que ladeavam (e algumas ainda lá estão, sobrevivendo à mão ameaçadora da Câmara Municipal de da Junta de Freguesia) a avenida da Igreja.
E pronto, agora vamos lá deitar abaixo duas belas canecas de cerveja. Algo que deixei de fazer, beber assim bebidas com algum teor alcoólico. Mas será dia de excepção. Esteve-se bem, mas achei o largo um pouco sossegado a mais. Gostava de outra vida, como já lhe vi, mesmo em dias de COVID-19.
No regresso passámos por zonas da cidade geralmente atafulhadas de gente, mesmo nestes dias sem turistas. Tudo vazio. Por um lado isso é interessante. Uma perspectiva diferente.
Mais uma ida para recolher comida para jantar e um pôr-de-sol no terraço antes do serão relaxante com o meu Fortenite.









