Esta página do diário escrevo-a quase uma semana depois do dia em questão, numa tentativa de colocar os apontamentos em dia. E com a parca memória com que cheguei a esta idade é capaz de não correr bem. Mas vamos lá.
Portanto é Sábado, e Sábado é dia de mercado por isso esta é a primeira actividade deste dia preguiçoso. O tempo continua relativamente agradável, com boas áreas de céu azul. Já me começo a habituar a esta nova Évora e só esta sensação de dias bonitos garantidas me fará ficar por casa para além da escapadela matutina.
No mercado tudo igual à semana passada. Não estão nem menos nem mais pessoas do que no sábado anterior. Compro as minhas coisinhas. Um ramo de hortelã para preparar chá à marroquina, com folhas frescas e açucar. Um reavivar de memórias de outros tempos naquele país africano. E morangos. Vindos de onde vêm, do mais puro que se pode imaginar, a anos luz das caixas aviadas nos grandes espaços comerciais. Algumas clementinas.
Depois, nas arcadas perto do largo do Giraldo o Expresso. Uma manhã de Sábado exemplar, como eu gosto, como eu fui criado para viver estas manhãs de sábado. Tudo certo, tudo no devido lugar.
Regressar a casa e passar a tarde na preguiça. Já há um sentir viver em Évora, mais do que um sentir visitar Évora. Foi-se a fome de conhecer, de sair, de explorar. E é bom.
Hoje o meu grande amigo André Lousada vem visitar e passar umas noites por aqui. O André, que conheci quando me abriu a porta do seu apartamento em Praga em 2006. Mal sabia eu então que um ano depois estaria a reentrar naquele mesmo apartamento para partilhar a casa com ele e viver os anos mais felizes da minha vida.
Sempre em contacto desde então, é com naturalidade que espero a sua visita. Virá do grande Porto ao volante e vai chegar a meio da tarde. Até lá as horas passam vagarosas. Sento-me no sofá junto à janela, um conjunto bucólico que me transporta para outros tempos. Aqui leio. Leio e leio. O jornal leva um avanço, apesar de saber bem que nunca conseguirei despachar o Expresso completo de ponta a ponta. E jogo xadrez, esse prazer redescoberto desde que comprei um tablet novo.
Chega o André. Instalado e apresentado à casa, vamos dar uma volta a pé. Seria exaustivo relatar aqui em detalhe por onde passámos. Naturalmente, pelos pontos marcantes da cidade: Templo de Diana, Praça do Giraldo, Catedral. E também por milhentas ruas, vielas e becos. Mostrando-lhe as casas em consideração e as que não o estando também se encontram à venda.
Fomos ao Jardim Público, muito agradável nesta serena tarde de Primavera marcada pelo ambiente preguiçoso de um solarengo Sábado.
E depois foi sendo tempo de regressar, com uma paragem no restaurante Porta D’Aviz para um take away glorioso. Ainda a tempo de assistir ao final do dia a partir do terraço, restou depois o serão, passado naquelas coisas de rotina de sempre. Especialmente o Fortenite.







