Dia 10 – A Catedral

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Decididamente a metereologia é mais futurologia quando se está em Évora. Qualquer coincidência entre a previsão e a realidade tem sido casual e hoje que era esperado um dia de chuva quase permanente pouco mais caiu do que umas quantas gotas.

Foi portanto a manhã escolhida para visitar a exposição de coches da Fundação Eugénio de Almeida e a catedral de Évora, duas ideias que andavam a maturar a alguns dias. Afinal de contas a cidade não é assim tão grande e há que fazer render o peixe, visitar aos poucos estes locais, tão desafogados e livres de turistas nos dias que correm.

Passeio breve até lá e fazer a breve visita ao pequeno espaço onde se encontram quatro coches expostos. Não se pense que a ementa é assim tão magra: para além dos veículos existem diversas peças neste museu composto por duas salas e recomenda-se a visita. Além de mais nesta altura é gratuita.

Gostei de ver a mala de viagem, o telescópio e tantos outros artefactos expostos. Uma surpresa agradável.

De seguida, a catedral, mesmo ali ao lado. Pagar os 3,50 Euros pela visita parcial, ficando de fora a opção de ver o museu de arte sacra, que seria mais 1 Euro.

A primeira etapa da visita é o terraço, ou seja, o telhado sem telhas da catedral, de piso de pedra. A experiência fez-me lembrar a mais espectacular catedral de Léon, na Nicarágua, esta com o topo todo branquinho, caiado, onde só se ia descalço.

Dali tem-se provavelmente a melhor vista da cidade (não sobre a cidade, que isso, penso, será do alto de São Bento). Mas a catedral está no ponto mais alto de Évora e bem no seu centro. Pode-se portanto usufruir de uma visa 360 graus da cidade, à medida que caminhamos em redor dos terraços. Além disso há também umas perspectivas interessantes da própria catedral e do claustro, lá em baixo.


Neste momento aparecem outros visitantes, os únicos que verei por lá. Uma família de alemães.

Terminada a fase do terraço, desce-se ao claustro, tranquilo, até os germânicos aparecerem. Uma volta por ali, com uma luz muito adequada à arquitectura, boas fotografias. Há um segundo terraço acessível aos visitantes, em que se entra a partir do claustro, através de umas apertadas escadas em caracol.

E para terminar, o interior da catedral. Nada de especial. Não posso dizer que seja das igrejas mais bonitas que já vi e a luz não ajuda. Seja como for, a visita no seu todo vale a pena e justifica o preço do ingresso, apesar de ter sempre alguma comichão intelectual quando a Igreja cobra para que se visitem elementos religiosos.

Vamos regressar a casa, não necessariamente pelo caminho mais próximo. Para já, caminhar em Évora é sempre um prazer a não raras vezes o percurso escolhido é mais longo do que o seria de supor. É fácil uma pessoa perder-se intencionalmente nestas ruas.

A fome aperta. Então, vamos ao restaurante Portas d’Aviz, que vende em regime de take away, como qualquer restaurante que queira sobreviver aos tempos que correm. E vende a preços loucos, pouco mais do que 5 Euros por doses que dão para três ou quatro refeições.

Nem há muita gente à espera. É um instante até receber a porção generosa de vitela estufada, que seria com esparguete mas que tendo este acabado veio com arroz e batatas fritas.

O dia não está especialmente bonito, mas estão reunidas as condições mínimas para um agradável almoço no terraço.

Depois, a tarde passada em casa, no bem bom de não fazer nenhum. Isto até às 18:00, quando o apelo para o passeio já habitual de final de dia se fez sentir. Mais uma vez para a rua dos Mercadores, avaliar o movimento e ruído. Acho que por esta altura já é evidente que os carros não serão problemas. Mas continuo a achar a rua demasiado barulhenta e com fortes vestígios de presença académica. Não é bom sinal.

Mais umas voltas, metendo por ruas novas e outras já conhecidas e para casa, para um resto de dia algo aborrecido. Sem stress. Nem todos têm de ser recheados de eventos e novidades. Mais uma vez, jogar Fortenite e xadres e ler. Fim de dia.

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